[SPOILERS de “Superman”(1978), “Kill Bill”, “Homem de Aço” e “Batman vs Superman”]
No clímax
de “Kill Bill volume 2”, o antagonista Bill oferece seu ponto de vista sobre o
Superman – talvez a mesma perspectiva do diretor, Quentin Tarantino: enquanto
outros heróis diversos (como o Batman) se disfarçam sob máscaras e fantasias,
Superman se disfarça sob a pele de Clark Kent, sendo o seu nome de nascimento
Kal El. Até mesmo o seu uniforme de herói remete ao lençol que o embrulhava
bebê ao chegar à Terra, ou seja, é sua verdadeira roupa.
Completa ainda aquele personagem de Tarantino que a caracterização de Clark
Kent representa a maneira como Superman percebe a humanidade: fraca,
desengonçada e covarde. Sob o panorama de Bill, os atos heroicos de Kal El
representam somente a caridade deste em proteger um planeta corrupto e inferior,
ou seja, uma verdadeira divindade cuja infinita bondade permite que nosso mundo
decadente perpetue.
Tal percepção caracteriza um personagem (Superman) sem um pingo de humanidade
nem razão ou objetivos em proteger a Terra e seus habitantes. É preciso ter em
conta, porém, que o próprio Bill é um personagem cuja humanidade é questionável
por lhe faltar traços como generosidade, compreensão, empatia ou humildade, a
qual difere da modéstia com que Bill trata sobre o mestre Pai Mei em função da
superioridade deste em métodos de assassinato.
Imagine que alguém comprou essa ideia em Kill Bill e conseguiu os direitos
autorais para fazer um reboot de Superman. Creio ser assim que surgiu o
protagonista de “Homem de Aço” e “Batman vs Superman”, porque o diretor Zack
Snyder nos entrega um personagem que perde a palavra “Homem” e foca em “Super”.
Em ambos filmes, Kal El não se identifica a humanidade ao seu redor e performa
atos dignos de um Deus, como destruir Metrópolis (como dano colateral) em sua
batalha contra Zod ou desprezar Batman como um adversário perigoso.
Em outras
mídias e filmes, o Homem de Aço agrega grande respeito pelo caráter e pela
família em Jonathan Kent, mas também grande dúvida sobre a paternidade de Jor
El. Clark se sente até reticente de assumir sua identidade como Superman, mas o
faz não por apreço ao seu pai genético ou ao seu planeta natal e sim para
proteger aqueles com os quais realmente se identifica.
A morte de John Kent, no filme de 1978, representa a ameaça da natureza ou da
morte em si sobre o potencial humano. Por isso, ao final daquela obra, Superman
até mesmo modifica a trajetória temporal da Terra para ressuscitar Lois Lane –
parece ilógico como foi feito, mas estamos tratando de um arquétipo divino
performando um deus ex machina. Logo, o objetivo do Super-Homem é vencer
a própria natureza – seja em si própria, seja provocada por atos pérfidos como
os de Lex Luthor – e diminuir a diferença entre os homens e ele próprio,
tamanha a identificação que possui com esses.
Além de patético, o sacrifício mortal de Jonathan Kent (“Homem de Aço”) em
salvar o cachorro da família desqualifica seu discurso anterior sobre
paternidade e família, enquanto se ressignifica numa poderosa (e negativa)
mensagem ao jovem Clark: salve e proteja seres inferiores. Um pai que não
enxerga seu filho (adotivo ou não) como um igual ou semelhante transmite uma
sensação de inferioridade – não é o caso – ou grandeza, que culminará em
atitudes equivalentes: a destruição de cidades e batalhas contra seres
poderosos.
Somente quando confrontado por Batman no clímax de “Batman vs Superman”, Kal El
demonstra o mínimo de humanidade (e humildade), implorando para que sua mãe
adotiva seja salva. Entretanto, como consequência de ter fraquejado, é morto
por Apocalipse, um mutante cuja humanidade não chegou a ser revelada. Não é
essa, portanto, uma visão niilista e negativa sobre a humanidade? Enquanto
alguns heróis (não nessa obra) descobrem, em sua própria humanidade, o poder
para vencer desafios, Superman é punido depois de revelar humanidade. Como
DIABOS o indivíduo humano deve ser ou se tornar, então? Tal qual um
alienígena?!
“Assombrado”
por seus pais fantasmas – Jor e John, respectivamente – nas obras de Zack
Snyder, Clark Kent/Kal El jamais encontra em si próprio a capacidade necessária
de refletir sobre os seus atos: nem sobre a destruição de Metrópolis, nem sobre
o incidente no Oriente Médio ou mesmo em como reagir a um possível atentado
terrorista. O personagem mais se assemelha a um autômato divino do que a um
Deus munido de onisciência ou mesmo de uma consciência mínima. Toda essa impotência
filosófica coloca em xeque o personagem ao arruinar o seu conceito mais básico
e primordial: a superação do homem. Que tipo de superação humana carece de
mínima reflexão intelectual?
No entanto, tamanha exposição sobre a biografia prévia de Kal El no primeiro
ato (“Homem de Aço”) – antes de popularizar os seus atos “heroicos” – torna possível
refletir sobre o quanto deformam um indivíduo – em sua identidade e suas
atitudes – a perda dos pais (e de toda sua etnia) seguida da rejeição dos
próprios pais adotivos, porque estes não o enxergam como um membro autêntico
daquela nova sociedade. Marginalizado a esses extremos, Kal El literalmente
vadia ao redor do mundo entre um trabalho e outro, enquanto procura por sua
verdadeira identidade entre um salvamento e outro.
Seus atos heroicos não são motivados por uma autêntica afinidade com os seres
humanos, mas por aquela tradição ensinada por seu pai adotivo – estranhíssima,
diga-se de passagem – e visam, num nível mais profundo, a aceitação enquanto o
bem-estar alheio não passa de um mero meio para atingir essa finalidade. Por
isso momentos tidos como “furos” de roteiro – a destruição de Metrópolis e o
abandono da mãe com os cúmplices do vilão durante uma luta – são justificados
pela indiferença do personagem pelo bem-estar dos seres humanos.
Observando
mais atentamente, a supervalorização do gênero masculino explica o isolamento
sentido por Kal ao longo dos dois filmes. No primeiro ato (“Homem de Aço”), Jor
El “imprime” sua consciência num dispositivo similar a um pen-drive. No
entanto, como aponta o vídeo “How it should have ended” (link ao final do
texto), a mãe Lara culmina excluída do processo por uma lógica patriarcal e
machista, mesmo num planeta teoricamente avançado. Afinal, deve ser o pai
aquele a transmitir o conhecimento, sendo relegada à mãe a função afetiva e
conciliadora (é uma ironia, se não foi suficientemente entendida assim).
Na Terra, a mãe adotiva Martha assume esse papel conciliador entre Clark e a
sociedade ao passo que John Kent o introduz aos seus dilemas mais internos.
Essa passagem de conhecimento é exposta visualmente pela transmissão do
pen-drive – um token masculino – de pai para filho, enquanto Martha cumpre ser
um anteparo entre a mãe fofoqueira de uma testemunha aos poderes de Clark e
este, seu filho adotivo.
Nesse sentido, Martha cumpre uma função auxiliar: ser uma “guardiã do limiar” –
subvertendo um pouco a noção dada por Vogler em “A Jornada do Herói”. Já Lara é
a representação de uma guardiã falha e “desprezível”, pois somente concebeu
Kal. Coube a Jor El os papéis de defesa, planejamento e educação do filho. Tal
qual o planeta Krypton, Lara é uma mãe “estéril”, mas ambas circunstâncias são
justificadas pela interferência dos líderes na gestação de seus cidadãos, ou
seja, o autoritarismo estatal. Seria meramente uma ode ao capitalismo vigente
ou uma crítica sutil (e enviesada, claro) ao comunismo como tem sido aplicado?
Na China, o controle de natalidade e a superinterferência estatal na vida
doméstica aproximam-na do conceito de Krypton.
Retornando à questão de gênero, a metáfora “mãe Terra” se encaixa muito bem no
arquétipo maternal de Martha. Ela intermedia as relações entre Clark e a
sociedade, representada até então por membros do ensino (estudantes e a
professora), mas se vê abandona tão logo o filho encontre sua nave por
intermédio do pai e perca este naquela circunstância traumática, não só pelo
evento em si, mas pelas circunstâncias antes abordadas nesse texto. Esse
abandono se repetirá na batalha contra Zod e, em “Batman vs Superman”, quando
relega o salvamento dela a um recém ex-inimigo.
A disputa
de poder entre o masculino e o feminino aparece até sutilmente ao tratar sobre
a criação e o desenvolvimento de um indivíduo, porém se escancara quando o tema
“poder” permeia a cena. Em Krypton (“Homem de Aço”), Jor El se reporta a um
membro feminino do Conselho, a qual demanda saber de Zod quem o autorizou a
interromper a audiência e, por isso, é fuzilada por uma arma futurística. A
mulher, em questão, é vista como uma figura atenta, mas autoritária e passível
de punição por “ousar” enfrentar um macho mais forte.
Na Terra (“Batman vs Superman”), a senadora Finch é o único membro do Congresso
norte-americano a se contrapor ao lobby de Lex Luthor – cuja adaptação em
questão mereceria até um texto separado para trata desta. Como consequência,
Finch sofre um deboche sarcástico pouco antes de morrer junto de todos ali
presentes, exceto Superman o qual não previra nem conseguiu impedir o atentado.
Fica, portanto, implícito ser Finch a “co-responsável” pelo atentado, visto que
não se dobrou aos interesses particulares de Luthor numa cúpula democrática.
Se individualmente o Superman de Snyder representa o anti-homem, o contexto
político do segundo filme expressa uma clara antidemocracia, tendo em conta que
a única personagem a lutar pela democracia morre sob deboche, punida e
“responsabilizada” por quem morreu consigo. A superintervenção do Estado de
Krypton é tratada como arrogante e autodestrutiva enquanto a democracia
terrestre passa por frágil e insustentável por si só.
Duas
figuras saem idealizadas do último cenário: o tirano e o carrasco. Sutilmente
explorado em Superman (até HQ “Red Son” expandi-lo), o arquétipo do tirano
impõe sua própria agenda ética por perceber os Estados multifacetados como
incapazes de protegerem os seus cidadãos – o que não passa de uma desculpa para
se reestabelecer a lei do mais forte (darwinismo social). O carrasco expande os
limites do território legal (regido por lei), ironicamente, em atos contrários
aos preceitos daquele Estado.
Quando um carrasco e um tirano disputam ideologicamente o título de melhor
administrador, deveriam ser eles os antagonistas da trama ou, no mínimo, ser
definidos como os anti-heróis que são, ao invés de símbolos admiráveis, porém
distintos. Batman é, por princípio, esse carrasco antidemocrático, enquanto
Lois Lane somente busca a verdade – ela não defende os reais interesses do
povo, apenas o ideal de verdade em sua profissão. A Mulher Maravilha está
jogada na trama para se revelar uma deusa (ex machina) no terceiro ato.
Entretanto, o pior não é a supervalorização do masculino em detrimento total ao
feminino, mas a subversão de símbolos femininos em brutalidades masculinizadas.
Em “Homem de Aço”, Lois Lane interrompe a disputa de egos contra um general,
equiparando-a a uma mesura de falos. Desde então, Lane é retratada como uma
mulher masculina: a altura de seus adversários machos. Dessa forma, ela
“merece” ser o par romântico de Kal El, o que despe a naturalidade desse
romance, encontrada em outras adaptações, tornando-o forçado e pouco crível.
A Mulher Maravilha é outro símbolo que, da maneira exposta, se pretende
feminino, mas se destaca por características masculinas como o belicismo, os
trejeitos militares e um ar “marrento” (inflexível; difícil de dobrar) típico
aos homens, em especial, os machistas. Sua presença na trama tem motivações
menos narrativas do que publicitárias. Mesmo assim, é uma personagem sem o
pró-ativismo sexual que transparece na adaptação “Liga da Justiça sem Limites”
ao tomar diversas iniciativas romântica sobre Bruce Wayne/Batman.
Se
Superman como símbolo já era deveras criticado por transmitir ideais
neoconservadores (machismo, misoginia, imperialismo, belicismo etc), a nova “roupagem”
por Zack Snyder não altera nenhum desses ideais, ao contrário, desnuda-os de
maneira elogiosa. Observando as locações e temas utilizados, a estória se passa
no sul dos Estados Unidos, utiliza um elenco predominantemente caucasiano
(exceto Lawrence Fishburne) e figurantes vestidos à moda country. Associado a
esse contexto, a ausência de negros e outras “minorias” ressalta o viés de
extrema direita – fora da ficção, reconhecida pelos entraves no diálogo.
Aliás, se repararmos melhor, os conflitos sobre ideais entre Kal/Clark e outros
personagens raramente culminam numa dialética completa – sínteses, respostas
e/ou verdades. As ideias que ele expressa ao confrontar Lois Lane pela primeira
vez não são suas, mas de John Kent. Quando, em seguida, presenciamos a
discussão entre ele e John sobre paternidade e esforço parental, a
contra-argumentação de Clark é interrompida pelo derradeiro tornado a frente.
No filme seguinte, ele se recusa a dialogar com a humanidade e utiliza Lois
Lane como um anteparo psicológico (função herdada de Martha) a contragosto
daquela personagem, quem, apesar de amá-lo, quer se ver livre para investigar e
cobrir eventos como a repórter que é. Quando Superman abre mão de seu silêncio,
é novamente interrompido por uma catástrofe: dessa vez, o atentado.
A constante interrupção àquele personagem talvez seja um lembrete de seu
não-pertencimento. Contudo, essa incomunicabilidade distancia o espectador dos
dramas e conflitos mais internos ao Superman. Afinal, ele sabe se comunicar em
nosso idioma. Por que privá-lo a todo momento de seu discurso? É uma ferramenta
que não só distancia o espectador, mas retira profundidade que um personagem
tão relevante como ele precisa. O HQ “Red Son” segue rumo contrário e demonstra
qualidade superior na narrativa ao estabelecer Superman como o narrador de sua
própria estória e tornar íntimo um personagem conceitualmente já tão distante.
As
identidades dos personagens de Snyder – no universo da DC – se apresentam muito
timidamente, pois seus discursos e comportamentos são constantemente
interrompidos por catástrofes e atentados. Lara é uma mãe reticente em
abandonar o filho, enquanto o seu marido Jor é o “desbravador” de uma sociedade
apocalíptica – conceito estranhíssimo dado que ele pertence àquela sociedade
(ou você acha que nadar entre casulos humanos e voar em combates alados não são
feitos de um desbravador?). A apresentação desses personagens se revela fútil
com a catástrofe planetária subsequente.
Martha Kent se revela um objeto protetor descartável a medida em que Clark/Kal
vai amadurecendo, enquanto John Kent é quem demonstra uma conexão emocional com
o filho, bruscamente interrompida por aquele evento traumático que deixa Kal
novamente “órfão” à procura de uma nova figura paterna.
Lois Lane é o contraponto ético de Kal/Clark, porque ela (mulher) procura
desvendar e comunicar as verdades que ele (homem) precisa ocultar. Ela é uma
representante popular, ele o representante de uma elite extinta. Todavia, no
primeiro embate dialético, Lois desiste facilmente de sua busca ouvindo o
relato de Clark – o que outras versões da personagem jamais fariam e soa
incoerente com o belicismo demonstrado contra o general no Ártico.
Zod e Bruce Wayne já são os inimigos morais de Kal, pois um anseia dominar o
mundo de Kal através da destruição e de uma recolonização estúpida. O outro
domina financeiramente (aspecto pouco explorado na disputa) e ilegalmente como
um justiceiro cruel às margens da lei – praticamente um miliciano ou um mafioso
– sem o “consentimento” de Kal. O confronto com o militar estúpido Zod progride
até um clímax fatalista, enquanto o embate mais inteligente contra Bruce Wayne não
só é interrompido (deus ex machina) pela chegada de Apocalypse, mas perde
espaço na trama para a investigação sobre o plano de Luthor, impedindo qualquer
reflexão mais profunda sobre a tirania e o justiçamento.
Provavelmente,
num Superman por Quentin Tarantino, os personagens dialogariam o suficiente
entre si para que eles se conhecessem melhor uns aos outros, esclarecendo
também ao público. Somente depois de expostos seus valores e contradições, eles
seriam postos a agir de modo coerente com os seus discursos, geralmente mais
com a forma do que com o conteúdo do que foi dito.
Em “Kill Bill”, Bill e O-Ren são líderes arrogantes e vaidosos cujos combates
contra a “Noiva” duram menos tempo que os outros; e cujos comparsas representam
ameaças deveras mais mortais do que eles próprios. A enorme gangue de O-Ren
demanda tempo de Beatrix Kiddo, enquanto a chefe se prepara para uma luta
final, mas todos eles caem facilmente e O-Ren é derrotada em cinco minutos.
Budd é um idiota subestimado (irmão de Bill) e tira vantagem da arrogância em
Beatrix para derrota-la, enquanto Elle Driver é mais analista. Ela sabe que
Beatrix pode retornar do coma, que Budd é um sonso desmerecedor de vitórias
“limpas”, que Pai Mei É um velho idiota, mas não conta com as
habilidades de Beatrix em “limitá-la”. Elle espera uma luta justa contra quem
considera uma inimiga semelhante (loira, perigosa e rival amorosa), mas se
depara com uma discípula dos truques sujos de Pai Mei, relembrada deles por
Budd.
Bill é o símbolo decadente do patriarcado, porque pune a suposta traição de
Beatrix covarde e estupidamente. Covarde, porque as condições eram claramente
desproporcionais: Kiddo estava grávida e sua trupe de noivado desarmada e
indefesa contra um esquadrão infalível. Estúpido, porque ele sequer ouve
maiores explicações sobre a fuga de Beatrix. Ele pode mata-la e não hesita em
fazê-lo. ELE NÃO PENSA.
Quando a “Noiva” desperta do coma e se vinga contra Vernita e O-Ren, ao invés
de confrontar os seus erros e lutar contra Kiddo, Bill aconselha temperança e
cuidado a Budd, depois se esconde numa mansão tropical. Antes de confrontar
Beatrix, Bill sutilmente usa a própria filha deles para tentar dissuadir a
“cônjugue” de seu plano de vingança sob a possibilidade de viverem juntos como
uma família. Como se sua covardia e sua estupidez pudessem ser esquecidas e
como se essas características não pudessem retornar e “punir” Beatrix
novamente.
Quando relembramos quem é Bill – um covarde e um estúpido –, devemos ponderar
seriamente por quê sua visão do Superman foi abordada por Snyder.
Narrativamente Kal/Clark é covarde por jamais concluir as dialéticas que inicia
(por mais que sejam eventos externos a interrompê-las), o que resulta no seu
“autismo” em lidar com a sociedade em “Batman vs Superman”.
É estúpido, porque simplesmente age, ELE NÃO PENSA. Por isso, centenas de
inocentes em Metrópolis são mortos em uma batalha que poderia ter sido
conduzida no espaço, antes de Zod chegar à Terra. Por isso, ele não prevê a
possibilidade de um atentado durante o seu depoimento. Por não pensar, ele não
questiona a decisão de seu pai em não salvá-lo: ele não rompe o limiar, jamais
conseguindo se tornar um verdadeiro herói. Como um “homem” comum, ele não toma
decisões próprias, somente segue princípios e linhas básicas que os seus pais
lhe passaram. Ele não pensa.