Ela viu um conhecido. Alguém muito familiar. Resolveu cumprimenta-lo
e bateu de cabeça com o sujeito. Zonza, zuniu e zanzou ali dentro confusa. Quem
ele pensava que era para agir assim?! Eles bateram cabeça uma... duas... três
vezes até que ela desistiu – seus olhos embaçavam com as pancadas - e resolveu
se virar:
Um magnífico portal se abriu diante dela, passando por ele um
ser colossal, titânico, talvez divino. Isso, divino. Diferente de todos os outros
até então e deveras mais belo que o bruto com quem, segundos antes, brigara.
Passado o torpor, ela se escondeu tal qual verme
insignificante como viera ao mundo e o observou se acomodar de braços cruzados
bem no meio do ambiente. Ansiosa, andava de um lado ao outro sem saber como
lidar com o ente celestial bem no meio da sua sala.
Resolveu ir em sua direção. Tocou-lhe as pernas, mas ele não
a percebeu. Subiu até pela cintura até rastejar por sua camiseta embebida de
suor. Ainda assim, ele se encontrava completamente absorto para contemplar a
beleza desta mortal criatura. Finalmente tomou coragem e resolveu encará-lo
olho no olho. Pra quê?
O gigante se acovardou e passou a dançar loucamente agitando
as mãos, olhando para os lados, enquanto a mortal tentava, em vão, acompanhar
os seus movimentos. Finalmente, desistiu dos olhos e resolveu lhe cochichar ao
pé da orelha:
– Posso ser sua mensageira, senhor?
Subitamente o portal se abriu novamente e o deus fugiu para
o novo horizonte que se revelava além daquele limiar.
– Como raios vou espalhar ESSA mensagem para outros?
A
mortal resolveu seguir seu deus, mas foi esmagada pelo portal que, justo
naquele momento, se encerrou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário